As apostas online, especialmente as plataformas de “bets”, têm afetado diretamente diversos setores no Brasil, incluindo o setor educacional. Uma pesquisa recente revelou que, a cada 10 pessoas interessadas em iniciar um curso de graduação, pelo menos 3 acabam desistindo para destinar seus recursos a jogos e apostas online. Esse fenômeno preocupa as instituições de ensino superior particulares, que já observam uma queda expressiva na captação de novos alunos. Estima-se que mais de 1,4 milhão de potenciais estudantes estejam trocando a educação formal pelo mundo das apostas.
O impacto é ainda mais significativo em famílias de baixa renda. A pesquisa mostra que, em famílias com renda média de R$1 mil por pessoa, 41% dos jovens optam por apostar em vez de investir em sua educação. Isso é particularmente alarmante quando se considera que o retorno financeiro da educação superior é substancial: de acordo com o IBGE, um trabalhador com diploma universitário no Brasil ganha, em média, R$7 mil mensais, enquanto aqueles sem diploma recebem cerca de R$2.400, menos de um terço desse valor.
Além de afetar o setor educacional, o crescimento das apostas também tem impactos macroeconômicos. O Banco Central do Brasil observou que o aumento da renda no país não está resultando em um maior consumo, e um dos fatores que pode explicar essa discrepância é o aumento dos gastos com jogos e apostas. Em 2023, os brasileiros apostaram cerca de R$120 bilhões, o que representa aproximadamente 1% do PIB nacional, uma proporção maior do que a observada em países como os Estados Unidos.A partir do próximo ano, novas regulamentações para o mercado de apostas entrarão em vigor no Brasil, com medidas como a imposição de limites diários de gastos e a exigência de reconhecimento facial para cadastro de jogadores. Para o setor de marketing educacional, essas tendências sugerem a necessidade de campanhas que conscientizem o público sobre os benefícios a longo prazo da educação em comparação com o risco imediato das apostas.
